"É a vida, mais que a morte, a que não tem limites."

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Horizontes

Existe um verso de Fernando Pessoa que é muito citado em sentido figurado.
Este verso faz parte de um poema com o qual me identifico, porém em seu sentido literal...

Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nasci em São Paulo, mas meu coração vai morar para sempre na cidade do interior onde passei boa parte da minha vida. Que não é tão pequena assim, mas tem uma zona rural onde os mais velhos usam chapéu de palha, onde se cozinha à lenha. A paçoca é feita no pilão e logo ali, atrás da Serra, fica Minas Gerais.
Eu preciso ver montanhas ao longe para ser feliz. Por mim passa o Caminho do Ouro, e o mar é antes de tudo um cheiro, que sobe pela mata úmida da Serra do Mar e deságua em Paraty.

Como serão os horizontes da minha menina? Criada no litoral, à beira de um mar que não tem cheiro. Longe de avós, tios, tias, primos...Brincando no playground e não no quintal. Com pai que trás na bagagem a lembrança dos pampas sem fim.

Acho que minha filha vai ser o que eu nunca consegui: cidadã do mundo!
Quanto a mim...
Eu tenho a alma caipira. Gosto das cidades pequenas e dos grandes quintais.


Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos"

DA MINHA ALDEIA vejo quando da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista a chave,
Escondem o horizonte, empurram nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a única riqueza é ver.

15 comentários:

Ana Rosa disse...

Eu também tenho, apesar de morar no Rio, a minha alma é mineira, adoro aquelas montanhas, o brilho do verde e a vida que gira em torno das praças, que saudade. bjs

Nina disse...

Menina, eu sou APAIXONADA pelo Rio!

Danny disse...

Oi Nina, nasci e morei minha vida toda em Curitiba, mas minha infância foi totalmente diferente da infância em que vive minha Nathalia. Fui criada com mais duas irmãs, muitos primos e muito quintal pra correr e inventar brincadeiras, a Nathalia é filha única e tem 1.322 brinquedos que mantém ela envolvida dentro de casa (que tem quintal muito pequeno). Mas a verdade é que quero que ela tenha a infância como a minha, livre, leve e feliz. Bjs!

Mariana disse...

Nina...

postei a brincadeira...
menos o selinho, q realmente me foi um desafio, mesmo colando e copiando... quer dizer, eu dou o camando, mas nao acontece nadaaaa

enfim...vai la depois!

bjao
mari

olga maria disse...

Olá, Nina, resolvi conhecer também seu blog! Gostei demais! Agora, vou te fazer uma visita todos os dias! Delicadeza de sentimentos expressa com delicada linguagem! Adoro isso!

Nina disse...

Obrigada, Olga!

Sua família é muito especial!

beijo!

Cadinho RoCo disse...

A vida no interior é totalmente diferente.
Cadinho RoCo

Anônimo disse...

Oi Nina, te deixei um recadinho no post que tem a receita do pão de minuto.

Nina disse...

Oi, Angélica!

Já vi e respondi!

(Fique tranquila, porque qualquer recado deixado chega via e-mail para mim! Podem deixar recado em qualquer post, mesmo nos mais antigos, tá? ;) )

beijo!

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Nina,
Adorei seu post.
Meu horizonte, é o do mar.
Nasci e cresci ao seu lado. Sua visão me acalma, me faz feliz.
Mas também adoro a visão dos campos, das montanhas. Enfim, natureza é tudo.
Beijos

Danny disse...

Oie, ontem estava lendo uma revista antiga, daeh tinha uma matéria sobre abortos, li a matéria e fiquei surpresa, porque tinha um depoimento de uma pessoa chamada Vilma, e ela perdeu um bebê e ficou de luto depois desenhou no papel uma menina de cabelos cacheados e escreveu Nina, e viu que era hora de sair do luto e pensar em outra gravidez, achei que era coencidência demais, fiquei pensando se não era vc que escreveu akele depoimento. Era??? Bjs!

Nina disse...

Oi, Danny!

Não, não sou eu!
Felizmente, nunca passei por esta dor.
Minha única gravidez foi a da minha menina. Aliás, se eu soubesse que era tão bom, tinha começado antes! :)

beijos!

Nina disse...

Heloísa,

Eu AMO o mar.
Mas aqui, sinto falta do cheiro, sabe?
Mar sem cheiro, não parece mar...
Parece o Lake Ontario... (quando morei no Canadá achava estranho olhar para aquele mundo de água sem cheiro... Que parecia o mar, mas não era!)

beijo!

Danny disse...

Que bom então Nina, fico feliz que não seja vc. Saiba que amo estar em seu blog.Bjs

Nina disse...

Danny,

E eu amo receber você(s) aqui!
(Adoro seu blog também!)

beijo! ;)

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