"É a vida, mais que a morte, a que não tem limites."

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

MAIS DO MESMO

A cidade onde moro é cortada por um rio. Todos os dias, para ir e voltar do trabalho, atravesso uma ponte sobre ele. É um rio de águas escuras, barrentas. Ainda assim, dia a dia me encanto com seus pássaros, suas margens, as mudanças causadas pela luz do sol. 
Ao por do sol, ele é sempre belo. Não resisto: faço, ao celular, fotos quase diárias do rio que imita o céu. As fotos, confesso, são ruins e pouco diferem entre si. Que me importa? Esse ritual tolo revela muito de mim. Aquilo que me encanta é belo, e nunca me cansa. Provoca sempre a sensação de primeira vez. Arrebata-me! Encontro sempre o novo no que amo, e desafia-me que seja sempre igual e nunca o mesmo.

Gosto de descobrir o desconhecido que já conheço.


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