Tudo acaba, tudo passa.
Minha menina a cada dia se transforma. Agora vai perder o primeiro dente. Um novo marco, outra fase que fica para trás. Não é mais o bebê carequinha, nem a criancinha de cachos. É uma menininha de cabelos lisos e castanhos, que sabe ler, sabe escrever, dorme fora de casa, joga capoeira e, desconfio, descende dos peixes e não, do macaco. Ela mesma não se lembra de quase nada do que se foi. Vê fotos e vídeos de tão pouco tempo atrás e se espanta: "Essa sou eu? Eu estava lá? Eu já fiz isso?". Desembrulha seus dias sempre como um presente maravilhoso. Acorda acreditando em novidades.
Eu também já não sou mais o que fui. Não me reconheço. Mas aqui onde termino, é onde inicio. Tateando, caindo, aprendendo, percebo que o novo não vem sem mudança, sem espaço para chegar. Aquilo que se foi permanece em nós, às vezes como um marco na estrada que não queremos voltar a percorrer, outras como o farol que nos dá a esperança de prosseguir. É preciso esquecer um pouco do que fui para seguir sendo eu mesma, palimpsesto de emoções que se ocultam, mas não se esgotam.
Tudo se acaba, tudo passa. Mas no fim está o começo.
The Circle of Life
(Tim Rice/Elton Jonh)
From the day we arrive on the planet
And blinking, step into the sun
There's more to be seen than can ever be seen
More to do than can ever be done
Some say eat or be eaten
Some say live and let live
But all are agreed as they join the stampede
You should never take more than you give
In the Circle of Life
It's the wheel of fortune
It's the leap of faith
It's the band of hope
Till we find our place
On the path unwinding
In the Circle, the Circle of Life
Some of us fall by the wayside
And some of us soar to the stars
And some of us sail through our troubles
And some have to live with the scars
There's far too much to take in here
More to find than can ever be found
But the sun rolling high
Through the sapphire sky
Keeps the great and small on the endless round
18 comentários:
Nina,
Que texto lindo! Amei seu blog.
Também escrevi esses dias sobre mudanças.
http://vagatoniacarol.blogspot.com/2010/07/mudancas.html#comments
Um beijão.
Nina,
A vida é, de verdade, cheia de "fins". São várias fases que vão se encerrando, e permitindo novos começos.
Acho que eu tenho conseguido encerrar bem todas as fases pelas quais tenho passado. É como se eu tivesse fechado uma porta, a cada vez.
Então sua menininha já está começando a trocar de dentes?
Que linda!
Beijos.
Oi Nina, lindo texto, emocionante...
Eu acredito que vivemos ciclos, ciclos da vida, fases, e quando um ciclo terminar é para começar outro. O Dentinho de leite cai para que venham os dentes fortes, como tudo em nossa vida, tudo é etapa e aprendizado, sempre terminamos um ciclo para buscar novos horizontes.
Muito legal o texto, adorei!
Nina,
eu adorei o seu texto. E eu adoro o Rei Leão! Bem escolhida a música!
bjo
Mariana
Nina,
lembro quando eu perdi o meu primeiro dente. Fiquei com medo. Mas, era o início de um novo ciclo, como será da sua filha.
Costumo dizer que onde termino me começo.... e assim, a vida continua seu percurso...
que bom teu blog.
Maurizio
Carol,
Seja bem vinda! Já visitei seu blog, adorei!
Obrigada,
Bjo
Helô,
Sim, isso...
Resplandece em você essa superação, coisa boa!
Pois é, minha Fifi está toda alegrinha com a troca de dentes, rs!
bjo
Albuq,
Sim, pensamos da mesma maneira.
Por isso escolhi a figura do Ouroboro. Tudo se acaba, e tudo continua. O ciclo da vida.
Que bom que gostou, obrigada!
bjo
Mariana,
Ah, esse foi o filme preferido da minha menina quando criança. Escolhi especialmente para ela a música!
Obrigada,
Bjo
Sil,
Você se lembra? Que legal! Do primeiro, lembro-me vagamente. Nítida é a lembrança de um dente que engoli, rs!
As mudanças são também uma maneira de se conhecer melhor, não é? Evolução.
Bjo
Maurizio,
Obrigada! Volte sempre!
Bjo
Nina,
Achei bonito isso de estarmos sempre mudando para sermos nós mesmas.
Seu blog é lindo.
Beijo no coração.
Luísa
Nina,
Que felicidade ver desaparecerem os sinais de tristeza de seus últimos posts.
Costumo pensar: - Não morro, recomeço! Recomeço sobre o pavimento das muitas mortes que venci.
Afinal, não é a vida um desafio de superação? Não é compensador descobrir que ficamos melhores a cada ressurreição dessas pequenas e importantes mortes?
Nessa medida entendo o conceito de imortalidade.
Beijos, querida! continue a nos presentear com o seu diário de sensibilidade misturada a delicadeza, com um quê de erudição que não se vê por aí.
A cada leitura, mais me convenço da superlativa inteligência da pequena menina de cachos, com ou sem cachos, com ou sem dentinhos...
RMG
RMG,
Querido, obrigada. Não mereço os elogios, mas obrigada. São preciosos, ainda mais vindos de você.
Não sei se fico melhor, sequer mais forte. Sei que sigo, e seguindo, fico mais próxima do que me aguarda. Não é possível retroceder, e a imobilidade é o deserto.
Caminho, então. Caminhemos. "Que seja doce".
E hoje, ah... Hoje, estou muito feliz, você sabe!
Beijo
A vida é isso mesmo,uma constante mutação, ora criança, jovem, adulto, velho, temos que saber sorrir e viver a vida, mesmo que muitas vezes ao longo dela também tenhamos momentos em que deixamos cair lágrimas.
Bjs, parabéns pelo blog!
Luísa,
Obrigada, você entendeu exatamente o que eu quis dizer.
bjo
Antonio,
Obrigada pela visita, pelo comentário, pelo elogio.
Sim, como disse o Roberto, "Recomeço sobre o pavimento das muitas mortes que venci."
Volte sempre,
bjo
ADORO o Rei Leão!!! E observar os ciclos da vida, analisando como mudamos ao longo do tempo.
Estava pensando nisso ontem, coincidência.
Beijão,
Bela - A Divorciada
Bela,
Estava pensando nisso? Me conta!!
O Rei Leão é tudo de bom, mesmo.
Obrigada pela visita,
bjo
"É preciso esquecer um pouco do que fui para seguir sendo eu mesma" nunca é demais lembrar isto. E as vezes eu sinto que preciso lembrar isto para continuar seguindo com vida. Tudo parece tão difícil...
Sabe que Estela participou da montagem do rei Leão com o coral da escola este ano, ela fez uma hiena hilária e foi tão bom ouvir as canções.
Bj,
C.
Claudia,
ah, as coisas doem, não é?
Mas seguimos, e seguindo em frente, temos essas alegrias lindas, como ver a filha fazendo a hiena hilária. Que fofo deve ter sido!
Bjo
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