"É a vida, mais que a morte, a que não tem limites."

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

BEING BORING

Setembro não foi um mês fácil. A inspiração para novos textos está muito melancólica. Todavia, eu acredito no lema que ensinei à minha menina de cachos: viver é muito bom!
Encerro, portanto o mês de setembro com uma música. Não é, talvez, uma obra que será eterna e sei que o pop não tem a beleza da música clássica, do jazz, da bossa nova e de tantas canções que ouço e ainda irei ouvir e compartilhar com minha pequena. Mas essa é uma das músicas que eu mais gosto, e minhas predileções por música, livros, filmes, transcendem a qualidade e acabam sendo muito pessoais. Nesse caso, ela é especial porque, primeiro, foi inspirada em uma frase dita por Zelda Fitzgerald, esposa do escritor que eu mais gosto, F. S. Fitzgerald. Outra coisa que acho importante a respeito dessa canção é que a dupla é gay. E se tem algo que quero ensinar à minha filha, é a tolerância e o respeito às diferenças individuais.
A letra da música fala da passagem do tempo, de perdas, mas também de conquistas. E fala especialmente de amizade, que é um tipo superior de amor.
Aos meus amigos, portanto!




(recomendo que procurem e assistam ao video original, que foi dirigido pelo fotográfo Bruce Weber e é belíssimo.)

Para saber mais: http://www.10yearsofbeingboring.com/

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO


Hoje é meu aniversário. Tenho em meus braços meu melhor presente. Aquela que me faz desejar o futuro.


(de presente para vocês, uma foto de nós duas)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

NAVEGAR É PRECISO

Eu tenho um livro de poesia da Cecília Meireles em que logo na primeira página está escrito: "Gostaria que pertencesse à minha filha, um dia". Embaixo, a data - do ano em que eu nasci. Acho muito bonito essa esperança da minha mãe, de que eu herdasse o livro e o gosto pela poesia. O que aconteceu.

Eu também quero deixar para a minha menina livros e o prazer da leitura. Começo pela minha edição da obra completa de Fernando Pessoa. Seus versos me acompanham há muito tempo. E há um do qual me lembrei hoje:

"viver não é preciso"

Se falta à vida a precisão da navegação, sobra, contudo, espaço para mudanças, improvisos, surpresas. Não tenho a carta náutica que dê a direção a seguir. Mas tenho a esperança a me dar um norte. E também outros versos do poeta para navegar:

"Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu".

(Existe uma discussão a respeito do sentido da frase do poema de Fernando Pessoa. Preciso de precisão ou de necessidade? A frase original em latim foi dita pelo General romano Pompeu para incitar seus marinheiros à guerra e fala que viver não é necessário. Pessoa diz que viver não é necessário, o que é necessário é criar. Mas eu acho que a obra foi além desse significado primeiro (e acho também que viver e dar um significado à vida é sim, uma necessidade). Seja como for, a ambiguidade torna o poema ainda mais bonito. Aceito críticas e comentários!)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE GRIPE SUÍNA

Minha menina de cachos e as gêmeas vieram para casa cantando uma nova música que aprenderam na escola:

"Sem abraço,
sem beijinho,
Sem aperto de mão.
Isto é apenas
Uma proteção"

Poderia ser engraçado, mas é triste...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O VERDADEIRO SEGREDO

Hoje minha menina chegou até mim trazendo nas mãos um papel rosa bem dobrado.
Disse-me para abrir que ali dentro havia um segredo.
Abri. Nada havia no papel.
Ela então falou:
- O segredo é "nada". O segredo é o amor, e ele está dentro de você.


(Quem quiser me enviar bons pensamentos, vibrações, orações, preces ou mesmo um colo, estou aceitando!)

domingo, 6 de setembro de 2009

MAS AS COISAS FINDAS...

Poema lindo, que serve para todos os tipos de amores.
De amantes, de amigos, de pais e de filhos.
Amores vividos, amores nunca findos. Amores que ficam.

MAS AS COISAS FINDAS, MUITO MAIS QUE LINDAS, ESSAS FICARÃO
Carlos Drummond de Andrade

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

AMOR(A)

Tem tempo. Uns quinze anos, talvez mais. Fui passear com minha mãe na casa de parentes em uma cidade próxima. Na volta, paramos em um lugar lindo, cheio de árvores, plantas, flores. Minha relação com a natureza sempre fora de admiração e respeito - à distância. Não sei cuidar do verde, me atrapalho com quantidade de água, exposição ao sol... Amor platônico. Fico naquela contemplação muda e procuro casas alheias ou espaços públicos para satisfazer minha grande necessidade do verde. Ganhar flores também me faz feliz.

Naquele dia, fiquei encantada em conhecer um lugar onde se sabia tudo de paisagismo! Deslumbrada em conhecer estufas, viveiros. Tudo tão lindo! Na saída, ganhei uma árvore. Na verdade, uma muda de amoreira. Lembro-me bem de plantá-la. Mas o tempo foi passando e minha árvore se desenvolveu lentamente. Fui viver em outros lugares, voltei, fui de novo... Tantos caminhos. E minha amoreira sempre tímida, de poucos frutos.

Mas nesse ano, eu e minha menina vivendo juntas pelas primeira vez nessa casa, a amoreira cresceu como nunca. Encheu-se de flores. Pariu borboletas, amarelas, prateadas.
E está dando frutos, muitos frutos. Doces, que atraem pássaros e deixam marcas quando caem. Minha menina colhe amoras comigo. Lindas, a menina e a árvore. Olho e sei que antigos ensinamentos são muitas vezes sábios.
Mesmo quando a espera nos parece longa, aquilo que fazemos com amor rende bons frutos.
Para saber mais:

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