"É a vida, mais que a morte, a que não tem limites."

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O OUTRO LADO

Trago comigo paisagens internas. 

A cidade em que passei boa parte da minha infância é dividida pela linha do trem e pelo rio que a corta. É também cercada de serras. Para chegar ao mar, é preciso atravessá-las.
Assim também minha vida pode ser dividida em linhas imaginárias que cruzei. Algumas vezes voltei, outras não. Lembro-me do dia em que a ponte mais bonita e antiga da cidade partiu-se ao meio e caiu. Eu também tive esse momento em que não foi mais possível voltar atrás porque não havia mais o caminho. Aquela que fui já não estava lá.

Agora, há montanhas dentro de mim. Não sei o que se oculta do outro lado, e ainda não decidi se quero cruzá-las e avistar o horizonte sem fim, ou me conformar com o lado de cá, seguro e sem surpresas. Há um certo cansaço em se reinventar constantemente, mas a conformidade sempre me pareceu uma espécie de derrota.

Porém, não sou montanha, sou oceano. E a vida me navega.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

LIÇÃO DE CASA

A professora me falou que há dias em que minha menina não quer fazer nada na escola, fica distraída, não acompanha a turma. Não é sempre, mas me preocupa. Hoje, em uma conversa, pedi para que ela me prometesse que não ia mais acontecer:

- Mãe, não vou prometer isso. Não sei se vou cumprir. E você me ensinou que a gente só promete aquilo que sabe que vai fazer.

Não sei não... Mas acho que as lições mais importantes, ela está aprendendo direitinho.


(update: ela acaba de escrever a primeira frase sem ajuda, agora, às 20h40 do dia 16/04/2010: "Ana eu te amo de paixão". Adivinhem se chorei?...)

domingo, 4 de abril de 2010

PÁSCOA

A chuva caia em pingos isolados, que no chão uniam-se em grandes poças. Estávamos dentro de casa e eu a convidei: "vamos?"  
Eu e ela, juntas sob a chuva de Páscoa. E um arco-íris no céu. 
Há outras águas, das lágrimas que caíram e dos mares que nos esperam. Tudo passa e tudo muda. Mas há as exceções, aquilo que permanece imutável. O amor.
O tempo, hoje, é de acreditar.

sábado, 3 de abril de 2010

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