"É a vida, mais que a morte, a que não tem limites."

segunda-feira, 12 de junho de 2017

SE ESTA RUA FOSSE MINHA

Passei parte da minha infância nesta rua. Foi onde aprendi sobre respeito às diferenças, solidariedade, amizade, igualdade. Uma vez contamos: 36 crianças se reuniam para brincar aqui. Idades e origens diferentes. Havia filhos de famílias tradicionais, filhos de imigrantes, havia um menino de rua... E éramos todos crianças juntos.
Aqui eu fiz aula de catecismo ouvindo Padre Zezinho com a Dona Otília e aprendi sobre espiritismo com a Dona Eta. Tentei aprender piano com Dona Eta Maria e gostei desde sempre das serestas do Seu Meirelles. Guardei na memória o sabor do bolo de coco de fita dos aniversários da Flávia Helena e as saudades da Moniquinha. Trago sempre comigo a amizade e o saber da família Mendes, a beleza das meninas Meirellles, a luz sobre os móveis do solar Rangel de Camargo, a amizade dos irmãos Patricia, Marcelo e Juliana, das irmãs Flávia e Ana Paula e de tantos outros...Troquei segredos aos gritos com o Benê por cima do muro. Aprendi a falar "Eiffel" com a Fernanda e a Lucinha. Não aprendi a sambar como as meninas Graglia. Vi um tanto de crianças nascer, a mais especial, meu irmão.
Nesta rua aprendi a empinar pipa, andar de patins, jogar vôlei... Aprendi a liberdade.

Nesta rua eu quis crescer, sem saber que ali ficaria para sempre minha infância.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

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